
me corte na boca do céu, a morte não pede perdão - criolo lyrics
me corte na boca do céu a morte não pede perdão
é o tambor desse destino oblíquo na palma da mão
abre a porta da lua laranja aos montes quem lhe manjara
é que essa ponta solta é fumaça e chave que chapa a cara
se os corais tivessem braços e pernas, pegariam em armas
pra travar guerra civil com a terra fuzil de sub aquática
o estado acusa o golpe, fogueteiro não dá vacilo
e o que a faca arranca da cobra, dorme na zoeira do guizo
a mãe preta no barraco o mundo é injusto
porque só sobrou pra ela o balaio do peso do amor
e eu me vesti de solidão, me vesti de solidão…
e eu vou pro meio da rua, carnaval é multidão
fantasia pra alegoria, teu posto é só uma ilusão
há uma vaga em aberto na embaixada, há podridão
(e eu?)
sem deus no coração sou só uma unidade de carvão
e o menino carvoeiro na fé que move a nação
ao ateu a reza e ao rezado a razão
e que no aterro da desgraça suba o cheiro da comunhão
soldado morre na guerra do tráfico seu pai perguntou
por que n0bre não manda seu filho pra morrer com anel de doutor?
na biqueira o outro filho com quem o irmão soldado trocou
esticado em duas valas, dois filhos, um pai chorou
é que aqui só morre pobre, isso a tv não mostrou
ou mostrou e eu nem percebi do sofismo que impregnou
eu me vesti de solidão, me vesti de solidão…
eu vou pro meio da rua, carnaval é multidão
fantasia pra alegoria, teu posto é só uma ilusão
há uma vaga em aberto na embaixada há podridão
eu me vesti de solidão, me vesti de solidão…
eu vou pro meio da rua, carnaval é multidão
fantasia pra alegoria, teu posto é só uma ilusão
há uma vaga em aberto na embaixada há podridão
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