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lirik lagu moca – lau god dog

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eu perguntei-lhe se se lembra ou não
enquanto distante fazia uma junta
podes por favor repetir a questão

não… esqueci-me da pergunta
diz que parece conhecer-me a cara
troca de olhares e toque de joelhos
perguntou de que cor são os meus olhos
hum… vermelhos
são iguais, a broa e a dama
eu quero distrair-me, tentam-me prender
fazer com que não me levante da cama
fique todo o dia a tripar, a esquecer
sem viver e sem nada
a evitar o que possa doer
sem entender que a maior dor não é sofrer
é não sentir nada
uma dá-me um beijo outra dá-me chapada
e chapado não penso
linha fina entre cabeça perdida
e cabeça achada
sai o n do tenso
sai o peso não penso
sinto mãos e momento
dedos com dedos, lábios com carne
língua faz parte, língua faz arte
cara de artista, mãos de pintor
mente de génio e voz de cantor
a sentir um sabor que me apaga a dor
a fazer um amor que será sensabor
acordado do transe
quando ela acordar vai supor
que só quis um calor que voou
que foi bem p-ssageiro este amor
em que nadámos mas que evaporou

e dum leito seco onde já houve um rio
cada um numa margem diferente ficou
sem olhar para trás, ver se a água subiu
cada um a pensar: será que o outro olhou

e eu tenho saudades, mas não corro atrás
não por orgulho, porque vejo mentes
diz como posso ter calma, ter paz
se sei o que pensas e sei o que sentes
(se sei o que pensas e sei o que sentes…)

não oiças as vozes iguais que só dizem que isto é p’ra queimar
ela agarra na coisa mais feia e faz dela bela
isto torna visível um mundo que não podias alcançar
chama a nuvem mágica e deixa-te ir nela
de cabeça leve, deixa-te ir nela
de cabeça leve, deixa-te ir nela…

mas agora sou dela, ela abre-me a fivela e eu levo trivela na toca
um canhão no colo
um canhão na boca
ela quer um romance mas gosta do cão e sabe da laia
e eu, de relance, vejo um coração a sair-lhe da saia
invertido
abana no fumo
dança no fumo
faz rolar o fumo

e eu sou tipo leão, a caçar das presas a mais concorrida
ela é tipo aranha a tentar manter-me na teia para a vida

silencia a batalha e calam-se as bocas, é feito o encaixe
nadamos na música do jogo eterno da fêmea e do macho
entre a nuvem de fumo, entre o fumo do haxe
eu ‘tou lá em cima, tu ‘tás lá em baixo…

não oiças as vozes iguais que só dizem que isto é p’ra queimar
ela agarra na coisa mais feia e faz dela bela
isto torna visível um mundo que não podias alcançar
chama a nuvem mágica e deixa-te ir nela
de cabeça leve, deixa-te ir nela
de cabeça leve, deixa-te ir nela…

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