lirik lagu puros do vale – puro l
[intro]
já sabia que eles duvidavam do que eu faria, mas dá*me igual
[verso 1]
lá atrás eu era o gajo de eastpack posta a tiracolo
a passear de polo só para lhe poder subir a gola
a mão no bolso sempre acompanhada de uma ponta e mola
a achar que ia furar alguém mas só furei a camisola
eu andava sem tino até sentir no tímpano a tarola
o tempo era investido num pc que era a minha consola
achava que era a profissão do papi com a sua pistola
o que hoje em dia iria garantir o meu lugar ao sol (não)
a mommy escolheu mal agora canta a solo
eu tive que evitá*lo, embora pai há só um (só um)
perdi aquele embalo dе quem leva ao colo
agora tou no vale е vou explorá*lo até chegar ao cume
e suei p’ra ter a bengala e cartola
no intervalo o que sobra de tempo, apostei nesta obra
agora até se cobra o talento, e abri mais que uma porta
e embora vá p’ra fora, eu ‘tou sempre certo de onde eu sou
[refrão]
(eu) já sabia que eles duvidavam do que eu faria mas dá*me igual
lá na zona aquele que se ria na minha cara, até bateu mal
desde o inicio que o compromisso era comigo: “o último mortal”
mais um filho para honrar o sítio, faz continência aos puros do vale
[verso 2]
eu fui abolindo as amarras tipo lincoln
com metas traçadas de forma a dobrar o income
tornei*me um icone na minha sitcom
vi caras ficar amareladas tipo bart simpson
mostram*me a exit mas não levo mal
ainda não sabemos lidar bem com o êxito local
faz*me assumir que foi a falta desse apoio fulcral
que teve na génese do que chamam de êxodo rural
mas não perdi a moral, sei que ainda vou ‘tar num mural um dia
tipo a lenda de são martinho mas escrita em poesia
que eu sou da terra abençoada onde há bolos de amor
a sopa seca é açucarada e o cálice é casal garcia (é)
sobe ao sameiro e vê a city desde a acrópole
o sitio que fez os homens que erigiram a metrópole (aah)
eu sou um autóctone, fiel a pena
à rua e ao bloco que me formou como homem
por isso é que hoje em dia eu amo*te
[refrão]
já sabia que eles duvidavam do que eu faria, mas dá*me igual
lá na zona aquele que se ria na minha cara até bateu mal
desde o inicio que o compromisso era comigo: “o último mortal”
mais um filho para honrar o sítio, faz continência aos puros do vale
[outro]
tens mais é que fazer puto
esta é para todos os que fazem acontecer
fora das grandes cidades e falam com orgulho das suas origens
eu sempre que saio de casa volto a lembrar*me
do sítio onde sou mais feliz (penafiel)
então tu nunca vires a cara à zona onde cresceste
seja ela uma vila, uma aldeia ou um bairro
ainda que por vezes sintas que lá já não és bem vindo
dá tempo ao tempo
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