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lirik lagu deus cria, a rota mata – sistema negro

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[refrão]
é a lei dos c-n-lhas, vejo sangue na farda
deus cria, a rota mata
é a lei dos c-n-lhas, vejo sangue na farda
deus cria, a rota mata
é a lei dos c-n-lhas, vejo sangue na farda
deus cria, a rota mata
é a lei dos c-n-lhas

[verso 1]
o senhor é meu pastor, nada me faltará
livre-me da tático, que enquadra e que mata
no setor é ataque: garra, rotac
do lado leste, o choque invade
abuso de poder sempre vai prevalecer
mão na cabeça, perna aberta, vai se foder
olho no olho, no curriculum a intimidação
pressão psicológica, arma na mão
e a razão de se achar os camisa 10
acha que é cana no cu do mundo
coronhada em vagabundo, hematoma, corte profundo
eu sei de tudo e o rabecão leva corpo sem vida pro inst-tuto
na balística vai constar, não dá para escapar
pois o cheiro de pólvora ainda esta no ar (no ar)
sendo inalado pelo povo da favela
pros manos que daqui já se foram vou acender uma vela (vela)

[verso 2: dina di]
morte em ação policial, no carandiru, na candelária, vigário geral
extermínio, praticado em nome da lei
favela naval, diadema
um cinegrafista amador filma a cena de horror
pm rambo, pelas costas, mata um trabalhador
eles não sabem exercer a profissão
eles não tem como base a nossa proteção
extorsão é crime, é lei que a polícia desacata
extinção, o mano é o tema
deus cria, a rota mata
por aqui, por ali, só sangue que se vê
a mãe que pare o filho, a rota mata e extermina
quem não acredita, confira para ver
o crack, o corte, a morte a cada esquina
olha lá o t-r-a-f-i-c-o
olha os polícia abastecendo as bocadas de pó
é mais um, mais um menor que sobe e desce a viela
não quero ver meu filho morto naquele caixão
vejo a favela contaminada pelo vírus da pobreza
polícia corrupta ao futuro é uma incerteza

[refrão: dina di]
deus cria, a rota mata
é a lei dos c-n-lhas, eu vejo sangue na farda
deus cria, a rota mata
é a lei dos c-n-lhas, eu vejo sangue na farda
deus cria, a rota mata
é a lei dos c-n-lhas, eu vejo sangue na farda
deus cria, a rota mata

[verso 3]
numa blitz um mano meu foi ferido gravemente
injustamente espancado por um policial
simplesmente pelo fato de ser preto
suspeito de um crime perfeito, ele se deu mal
acreditem vocês que o guarda
depois de tudo que fez saiu dando risada
meu mano quase morreu
mas graças a deus nada disso aconteceu
e tudo isso poderia ser evitado
se não fosse a at-tude desses arrombados
que me parecem não saber exerção a sua profissão
que tem como base a nossa proteção
mas, como sempre, eles chegam na maior ignorância
brutalidade toda e nenhuma paciência
e que se foda, -ssim que pensam os caras
eles são a lei e, em suas mentes, nós não somos nada
abusam do poder ao entender que podem fazer o que bem conceder
agredir por prazer, desrespeitando, humilhando pessoas de bem
homens, mulheres, menores: não respeitam ninguém

[verso 4]
a impressão que devia ter dele era mais comum
segurança, violência, de jeito nenhum
porque na hora que mais preciso desses c-n-lhas
me xingam, me humilham e cospem na minha cara
ainda mais se for preto, tá fodido, ladrão
roleta russa de oitão, enterro sem caixão
pois são racistas também
você sabe como ninguém
que justiça podre é essa que se tem
se estou sossegado, tranquilo, andando na rua
corro o risco de ser enquadrado
por esses filhos da puta
e como eu rezo para isso não acontecer
pois mesmo limpo, até sei como vai ser
conscientize você ai de farda
como se diz: “deus cria, a rota mata”

[refrão: dina di]
deus cria, a rota mata (a rota mata)
é a lei dos c-n-lhas, eu vejo sangue na farda
deus cria, a rota mata
é a lei dos c-n-lhas, eu vejo sangue na farda
(meu sangue espirra na farda)
deus cria, a rota mata
é a lei dos c-n-lhas, eu vejo sangue na farda
deus cria, a rota mata

[verso 5]
não deixo quieto, eu enveneno
vem sem efeito moral, ai sai de perto
não sou otário, bandido e içado
de lupa na cara e neurônio alterado
sem palhaçada, não pago pau pros fardas
não nasce arma e nem droga na favela
mano que nada, deus cria, a rota mata
é a lei dos c-n-lhas, eu vejo sangue na farda
é só enquadro, chacina, mão pro alto
se a 12 levanta engatilhada, embaçado
caixão ou grade, a presa mais fácil
não vou dar esse boi na matina

[verso 6]
por causa dos boy, fiquei em maus lençóis
vivendo um pesadelo, eu tô trancado no quarto
to detonado, sem maço de cigarro
os cara me espancaram, quase me mataram
é só por deus, maluco, é só por deus
chacina, espancamento, vai vendo
é só por deus, maluco, é só por deus
libera a verba pro esporte sangrento
é só por deus, maluco, é só por deus
malícia fardada, covas bate palmas
é só por deus, maluco, é só por deus
cadê metranca, vamos lá, gargalhada

[verso 7]
a ‘ína é ilegal por aqui na poli, caçula, gelão e wb
viela 7, saca do revólver
que o sangue tá frio e a parceria é forte
dexter, roger, a bíblia ou a 9
no ouvido, na boca, no peito e no pote
fugir da rota, descabelar a navalha
everaldo morreu e os malote vale nada
é uma vida por 10 mil
bandido versus porra da polícia que embaça

[refrão: dina di]
deus cria, a rota mata
é a lei dos c-n-lhas, eu vejo sangue na farda
deus cria, a rota mata
é a lei dos c-n-lhas, eu vejo sangue na farda
(meu sangue espirra na farda)
deus cria, a rota mata
é a lei dos c-n-lhas, eu vejo sangue na farda
deus cria, a rota mata

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