lirik lagu no meu império – xará
[refrão: marcio local]
o tempo é poder
quantas lutas ainda estão por vir?
nos resta vencer então
ver nossa gente em paz
[verso 1: xará]
escuta os p-ssos, é o peso de uma história
e pros vermes que duvidaram, irmão, fica pra ver a vitória
meu povo é mais que os maias, nós vemos à frente
também sabemos o que as espanhas querem com a gente
em crise nos tornamos peritos, reis da colheita, amigo
plantamos sonhos no deserto tipo egito antigo
surgem mitos do nada, novos bigs e pacs
hegemonias tipo nova roma igual ao projac
quando é sol eles posam, fortalezas de areia
mas ventos vem, pondo à prova e levantando as telhas
meu trabalho é maçante, às vezes eu penso -ssim:
“nas festas o flash é neles, e os olhares deles pra mim”
eu sei, nós inspiramos, respiramos vanguarda
exalamos verdades e isso o dinheiro não paga
e se é moda dizer que corre, meu disco tá no colt
a vida é maratona, e eles pagam de usain bolt
[refrão: marcio local, xará]
o tempo é poder
– e ele impera nessa imensidão
quantas lutas ainda estão por vir?
– e que a vitória marque o nosso chão
nos resta vencer então
– no sol do meu império
ver nossa gente em paz
[ponte: marcio local]
não morremos por reis nem bandeiras
nosso império é raíz, é madeira
não há leis pra calar nossos corações
[verso 2: xará]
olha ao fundo esse sol nascente, é meia noite aqui
sei que é mais fácil eles acharem que isso é chromakey
cruzamos mares, vimos de toda sorte
perdemos gente da gente, agora nada mais comove
eu sei, tivemos baixas, ódio guardamos em caixas
lágrima enchemos taças, hoje lotamos praças
e eles são mortos vivos, reinavam em quintais
vivemos épocas de ventos fortes fora os temporais
eu trago arrependimentos, vários, culpas? algumas
mágoas são grãos de areia, se eu parar pra ver eu eu junto dunas
medos nenhum – pensando bem eu tenho um sim:
da minha gente escutar a minha voz, e não enxergar a mim
é música na essência e não nos bastidores
estúdios à meia luz, pros opacos viverem os refletores
atenção nas promessas, insinuações
meu império cobra quem falha e não tem muro pras lamentações
[refrão]
[ponte]
[verso 3: xará]
nós falamos de peito aberto e eles vivem o migué
tramam em segredo e fazem intrigas pior que mulher
populista eles pregam, sentimento eles mentem
fazem rap igual puta dando e fingindo que sentem
no estio nós aramos todo o pesar dessa terra
a exaustão desses dias, as mazelas da guerra
são valores antigos, temos tempo pra tudo
eles me lembram chaplin e a graça do filme é ser mudo
e sempre que enfraquece a esperança, eles olham pra nós
quando as luzes apagam, eles olham pra nós
quando a f-gulha oscila, eles olham pra nós
eles olham pra nós, eles olham pra nós
[refrão]
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